Ter ansiedade nem sempre é mau. A ansiedade é uma emoção humana normal que todas as pessoas sentem de vez em quando. Muitas pessoas sentem-se ansiosas ou nervosas, quando enfrentam problemas no trabalho, quando têm que tomar uma decisão difícil ou quando acham que alguma coisa negativa pode vir a acontecer.
A ansiedade pode motivar e ajudar a manter a concentração e a capacidade de trabalho quando estamos sob pressão.
Mas quando o medo, as preocupações ou o sofrimento físico começam a assumir o controlo, então podemos estar perante um problema de ansiedade.
A boa notícia é que a tranquilidade, a paz e a autonomia não estão tão longe quanto pensa. Existem muitas coisas que pode aprender a fazer para controlar a ansiedade e recuperar o controlo da vida. A psicoterapia individual e a psicoterapia de grupo pode ajudar!
Sintomas da Ansiedade
Os sintomas variam com o problema da ansiedade, com a pessoa e com a situação, mas no geral, os sintomas são:
Sintoma de ansiedade: Medo
Medo crescente acerca do que as pessoas possam pensar de si quando está com ansiedade
Medo de ficar preso em locais em que a saída possa ser difícil
Sensação constante de estar alarmado ou em alerta
Medo de estar em público
Medo de morrer
Medo de perder o controlo
Medo de desmaiar
Medo de estar a enlouquecer
Medo de falhar ou de parecer mal junto de outras pessoas
Maior consciência de Si
Necessidade de estar perto de saídas de emergência, ou de hospitais, ou de alguém que possa prestar auxílio
Necessidade de controlar os trajetos para casa ou para o trabalho (p. ex.: trajetos que incluam casas de banho; trajetos que excluam pontes ou túneis, etc.)
Medo excessivo acerca de objetos, animais, circunstâncias ou situações.
Sintomas de ansiedade: Preocupação excessiva ou obsessiva
Preocupação excessiva com a possibilidade de vir a ter um ataque cardíaco
Preocupação excessiva com a possibilidade de ter uma doença grave não diagnosticada
Preocupação excessiva com a possibilidade de morrer prematuramente
Preocupação excessiva com a possibilidade de enlouquecer ou perder o juízo
Preocupação excessiva com a possibilidade de perder o controlo
Preocupação excessiva com a possibilidade de fazer mal a si ou a alguém
Preocupação excessiva com a possibilidade de perder o controlo dos seus pensamentos e comportamentos
Preocupação excessiva com a possibilidade de fazer alguma coisa que o embarace ou que passe uma ideia negativa de si face aos outros
Preocupação excessiva com a possibilidade de desmaiar em público
Preocupação excessiva com a possibilidade de não estar a respirar convenientemente
Preocupação excessiva com a possibilidade de sufocar
Preocupação excessiva com a possibilidade de ficar só
Sintomas de ansiedade: no Peito
Dor no peito; Aperto no peito; Desconforto no peito
Preocupação com o coração
Tremores no peito
Dificuldade em respirar
Batimento cardíaco acelerado; Palpitações
Medo de ter algum problema cardíaco, mesmo depois do médico cardiologista apurar diagnósticos negativos para qualquer patologia cardíaca
Sintomas de ansiedade: no Corpo
Problemas alérgicos; aumento do número, sensibilidade e das reações alérgicas
Dores nas costas; tensão, pressão, espasmos, imobilidade dos músculos das costas
Palidez; descoloração da pele
Ruborização; corar; aumento da irrigação sanguínea na face
Dores no corpo; sensação de que parte ou todo o corpo está dorido ou tenso
Tremores; Sensação de como o corpo está eletrificado, tenso
Alteração da temperatura corporal; Aumento ou diminuição acentuada
Sensação de quente na pele; Dormência na pele
Sensação de dormência nos pés, dedos dos pés, mãos, braços ou pernas
Sensação de sufocação
Fadiga crónica; Exaustão; Cansaço excessivo
Calafrios; Sensação de Frio
Dificuldade em falar
Sensação de tontura
Energia excessiva; Sensação que não consegue relaxar; Hiperatividade; Energia nervosa
Sensação de queda; Sensação de que estar a cair mesmo que não esteja
Sensação de desmaio
Sensação de que alguma coisa está errada, diferente ou estranha consigo
Alterações na libido; Aumento ou Diminuição do apetite sexual; Falta de interesse sexual; Ejaculação precoce
Náuseas; Vómitos
Suores noturnos; Acordar suado
Letargia; Sensação de falta de energia; Cansaço
Sensação de que o chão se está a mover
Sensação de sobressalto fácil
Acreditamos que determinada experiência nos traga dor por comparação com experiências que já vivemos no passado. Assim, agimos no presente baseando-nos nas aprendizagens do passado, fugindo à dor, tendo medo de viver experiências dolorosas.
Desta forma, a Ansiedade, sendo um estado normal, por vezes perturba-nos imenso, dado que sentimos que esse estado nos limita na nossa tranquilidade, criando estados de medo, vigilância e stresse a perigos que reconhecemos não ter verdadeiramente a importância que damos.
Esta incongruência, em que sentimos o que não queremos sentir, acontece como uma reação mental às experiências traumáticas no passado que pretendemos evitar, mesmo que não estejam presentes os mesmos elementos agressores.
Como exemplo, uma criança vítima de agressões na escola pode desenvolver, em adulto, comportamentos de afastamento social, pois inconscientemente teme que o contacto social lhe seja novamente agressor, e mesmo sabendo racionalmente que não será agredido, a reação instintiva será a fuga a essas situações.
Quando as crianças são sujeitas a grande pressão dos seus pais ou tutores, nomeadamente com exigências excessivas para estudar, para cumprirem regras, para se comportarem de determinado modo, entre outras formas de pressão, podem desenvolver, quando adolescentes e adultos, estados de Ansiedade generalizada, podendo até entrar em estados de bloqueio anímico perante a possibilidade de falharem as suas tarefas e de serem criticados pelos outros. Estes adultos são hipervigilantes ao seu próprio erro, nunca sentindo que fizeram bem o suficiente, e têm dificuldade em adormecer e em relaxar.
Experiências como traumas, violência infantil, bullying, divórcios, maus tratos diversos, podem ser vividos com uma intensidade tal que se torna difícil ultrapassar a dor e o medo que elas nos trazem. Estas emoções que não ultrapassamos, como o medo, a mágoa, a tristeza, ao longo do tempo destroem a nossa qualidade de vida, limitando-nos na nossa liberdade de sermos felizes.
As pessoas que não conseguem ultrapassar as dificuldades do passado não são as mais fracas, mas sim as que mais sentiram a dor ou o medo dessas experiências.
Dentro do estado ansioso, podemos definir algumas variações mais conhecidas como:
- Ansiedade Generalizada
Em que as pessoas têm medo de falhar, de ser mal avaliadas no seu desempenho. Existe uma preocupação excessiva e irrealista perante situações rotineiras da vida, como emprego, saúde e pequenos problemas do cotidiano.
- Transtorno Obsessivo Compulsivo
Em que a pressão do medo leva a uma hipervigilância do perigo, mesmo que não seja real, com os medos a originar pensamentos contínuos e limitadores do bem-estar físico e mental. Existe uma presença de ideias, pensamentos, impulsividade ou imagens, considerados invasivos e inapropriados e que provocam ansiedade, mas a pessoa sente-se incapaz de controlar;
- Timidez e Fobia Social
Em que a exposição social se torna difícil pelo medo que se sente na avaliação dos outros, com medo da crítica ou mera opinião, com receio de não estarem à altura das circunstâncias.
- Síndrome de Pós-Stress Traumático
Aparecimento de um conjunto de sintomas característicos após um acontecimento extremamente stressante e traumático.
- Insónias Relativas
Quando as pessoas estão ansiosas, com medos, a sua atividade mental está por norma sempre muito acelerada com pensamentos constantes, o que dificulta o relaxamento essencial a um bom sono.
Causas
A ansiedade é provocada por acontecimentos externos e conflitos internos, ou seja, de natureza biológica e psicológica, não havendo assim um único fator desencadeante de ansiedade.
Sendo a Ansiedade um estado normal dos animais, existem, porém, um conjunto de estados que derivam de distúrbios emocionais, como:
- Distúrbio cíclico da Ansiedade – conhecido como o síndroma dos Ataques de Pânico, em que as pessoas entram em estados cíclicos de Pânico, desenvolvendo um medo extremo de sentir o próprio medo.
- Fobias Específicas – São medos de objetos ou circunstâncias ambientais muito específicas, como medos extremos de aranhas, pássaros, bem como medos de estar em lugares fechados ou escuros.
- Insónias Absolutas – Algumas pessoas, após acordarem em Pânico devido a pesadelos, apneias ou mesmo Pânico espontâneo, desenvolvem uma resistência inconsciente a dormir, passando muitas horas sem conseguir adormecer ou acordando muito cedo sem voltar a adormecer.
Tratamento
Os estados de Ansiedade que limitam as pessoas não são doenças físicas, mas sim estados reativos ao medo que têm a algumas circunstâncias ou ambientes.
Sendo assim, o tratamento eficaz é um tratamento psicológico baseado numa abordagem cognitivo comportamental que encontre as causas dos problemas e que os trate, treinando a mente de quem sofre para desvalorizar os eventos traumáticos, desconstruindo crenças e alterando padrões de comportamento para que estes não criem reações involuntárias como o medo injustificado. A psicoterapia moderna e interventiva está a criar modelos terapêuticos como as técnicas de Mindfullness (praticados na nossa clínica) que ajudam as pessoas a saírem dos estados de Ansiedade de uma forma eficaz e eficiente, restabelecendo o equilíbrio reativo às experiências do dia-a-dia, permitindo uma adequada resposta às dificuldades sem que se torne, a própria Ansiedade, numa dificuldade.